A essa altura, esperamos que você já tenha aprendido o básico sobre o que é uma opção de put e como ela se diferencia de opções de call. Nesta seção vamos acrescentar uma camada adicional ao que você aprendeu até agora ao adicionarmos criptomoedas às opções de put.
Olharemos especificamente para as opções de put de criptomoedas disponíveis na Deribit. Na maioria dos aspectos, essas opções de put de criptomoedas operam exatamente da mesma maneira que as opções de put que estudamos até agora. O comprador de uma opção de put de bitcoin, por exemplo, compra o direito de vender bitcoin, assim como nas opções de put que estudamos na seção 5.
Questões colaterais
No entanto, como vimos na lição 4.1, as opções de criptomoedas da Deribit usam a própria criptomoeda como colateral e não dólares, como na seção anterior. Isso quer dizer que o saldo de nossa conta será em bitcoin, por exemplo, invés de ser em dólares. Quaisquer lucros ou prejuízos também serão pagos e recebidos em bitcoin
Isso anos leva a uma diferença interessante nos cálculos de lucros/prejuízos das opções, quando calculadas em bitcoin. Os pagamentos agora apresentam uma curva neles, em oposição aos pagamentos lineares de antes. Esperamos que você já tenha começado a entender o que isso quer dizer ao longo da seção 4, mas não se preocupe se não estiver claro para você o que isso quer dizer, explicaremos o funcionamento disso nesta seção também, incluindo exemplos reais.
Usar a criptomoeda em si como um colateral também leva a uma diferença nos cálculos de ponto de equilíbrio financeiro e de lucro e prejuízo máximo. É importante estar ciente dessas diferenças, especialmente quando avançarmos das opções de mercados tradicionais às opções de criptomoedas. É ainda mais importante prestar atenção às opções de put de criptomoedas, porque ao vender uma opção de put de criptomoedas, o prejuízo máximo, quando medido na própria criptomoeda, é ilimitado. Essa é uma diferença considerável das opções de put em dólar discutidas na seção anterior, que apresentavam prejuízo máximo limitado pelo preço de exercício menos a comissão.
Essas diferenças que estudaremos na seção 6 não são específicas do bitcoin, tampouco de criptomoedas. Elas surgem simplesmente porque estamos usando o ativo subjacente propriamente dito como o colateral e qualquer lucro/prejuízo também será pago nesse mesmo ativo. As mesmas fórmulas se aplicariam se usássemos ações do Facebook como colateral para negociar opções de Facebook ou ações da Amazon como colateral para opções da Amazon.
Moeda base e moeda de cotação
Assim como nas opções de call criptomoedas discutidas na seção 4, com as opções de put de criptomoedas da Deribit que estudaremos na seção 6, usaremos a moeda base como colateral e para pagamentos, invés de usar a moeda de cotação. Os lucros ainda serão calculados na moeda de cotação (USD), mas serão pagos na moeda base (BTC).
Você pode imaginar qualquer par de moedas ou ativos negociáveis como preço da moeda base, cotados como uma quantia da moeda de cotação. Ou, explicando de outra forma, quanto da moeda de cotação custa para comprar uma unidade da moeda base. No exemplo mostrado aqui, quantos dólares custa para comprar um bitcoin.
Na seção 6, primeiro estudaremos cada uma das diferenças que surgem por conta disso, mostrando como você pode fazer os cálculos precisamente sem ajuda. Para opções de put, dê atenção especial à diferença nos cálculos de lucro/prejuízo máximos, pois essa é uma questão sem consenso comum a traders novatos sobre opções de criptomoedas. Em seguida veremos alguns exemplos reais de trade para que você possa ver exatamente como fazer trade de opções de put de criptomoedas.